Independentemente de opção política ou linha econômica, ortodoxa ou heterodoxa, precisamos de mais medidas econômicas emergenciais de incentivo imediatas, como já feito com FGTS, redução Selic, diminuição de juros e negociações CEF (empréstimos e financiamentos), e agora os incentivos para contratação de primeiro emprego e desempregados há mais de 2 anos mesmo que com efeitos parciais ou localizados!!! Alguns setores intensivos em mão de obra, de baixo investimento e resposta rápida, como turismo por exemplo, parecem nem ter uma política de incentivo planejada, fora outras possibilidades, como renegociações de dívidas no SPC para colocar parte da população de volta ao mercado, política específica e desburocratizada de incentivo do microcrédito através do cartão do BNDES e agilização de investimentos em infraestrutura através de PPPs, este mais complexo. Alguns economistas vem alertando, em decorrência da grave crise, para a folga inflacionária que vem se confirmando a cada indicador e do suporte cambial para o incentivo às exportações. Enfim, projetos e alternativas que já deveriam estar em andamento, afetando senão significativamente o produto, pelo menos revertendo expectativas, incentivando investimentos privados e principalmente, começando a reverter o catastrófico quadro de desemprego, subutilização e desalento, fora desafios das novas tecnologias.
Também precisamos da projeção da taxa de desemprego no Focus e meta de desemprego maleável no Copom firmando compromisso formal do governo com a questão !!!
Ontem, Ibov fechou em alta pelo segundo dia consecutivo (98.193 pts. com +0,94%) seguindo bolsas dos EUA, com influência da alta do petróleo, ausência de tuites trumpianos e falta de notícias nas negociações EUA x China, além da divulgação de alguns balanços corporativos. Segundo InfoMoney, a influência principal foi do avanço do preço do petróleo e impacto no setor de commodities energéticas em decorrência da queda dos estoques de petróleo em Cushing (Oklahoma). O Brent, que é o utilizado pela Petrobrás, avançou também. Desta forma, Petrobrás e Itaú puxaram Ibov, por terem representação de aproximadamente 20% no índice. O dólar fechou estável, mas a R$ 4,1579 (+0,01%) e o mercado permanece atento às possíveis atuações do Banco Central e eventual efeito na projeção de corte na Selic futura. Os juros futuros confirmam a instabilidade e vem em alta pelo quinto dia consecutivo, demonstrando expectativa do mercado no momento, de dúvidas no rumo da taxa. O Senado deve votar a reforma da previdência até 10 de outubro. A CCJ deve votar também, a proposta que divide os recursos do megaleilão do petróleo com Estados e municípios. Volatilidade em queda tanto no Vix, quanto no CDS BR 5Y. Nas commodities, além da alta nos petróleos (WTI e Brent), minério de ferro também em pequena alta, após dois dias de queda, e ouro quase estável. A Argentina anuncia a postergação do pagamento a parte dos credores e busca negociar obrigações externas com FMI e bancos em uma espécie de moratória, o que não parece ser bom ao Brasil, embora efeitos ainda não tenham sido precificados.
Nas divulgações macroeconômicas de ontem, destaque para a Sondagem de Serviços (ICS – Índice de Confiança de Serviços) de agosto da FGV Ibre aos 92,3 pts. com queda de -1,1 pt. frente ao mês anterior e aumento de +3,0 pts. frente a agosto/18, após dois meses de alta (junho com +2,2 pts. e julho com +2,2 pts.). Na média móvel trimestral, com +1,1 pt. Indicador importante, pois o setor de serviços representa aproximadamente 60% do PIB e é altamente intensivo em mão de obra. No desagregado, FGV informou o maior impacto das expectativas do que na situação atual, “mostrando que os empresários voltaram a ficar cautelosos com os próximos meses, enquanto o volume de serviços no momento continua melhorando lentamente. Essa combinação de resultados e o patamar baixo da confiança sugerem que a recuperação do setor deve continuar gradual, sem perspectivas de aceleração no curto prazo”.
Na abertura de hoje, no Brasil, atenção aos vários indicadores macroeconômicos indicados abaixo como PIB e IGP-M, além do andamento da Reforma da Previdência e dos eventuais reflexos da moratória da Argentina na economia brasileira, além do comportamento do dólar que opera em baixa no momento, e possíveis iniciativas do Bacen. No exterior, abertura em alta, mais uma vez em decorrência de expectativas positivas com relação às negociações entre EUA x China, mas preocupação com a situação do Brexit britânico e com os indicadores de desaceleração econômica mundial.
Alguns destaques da Investing.com com Reuters para os mercados financeiros mundiais hoje:
“1. China confirma tratativas para reunião comercial em setembro
O Ministério do Comércio da China confirmou quinta-feira que Pequim e Washington estão discutindo o agendamento de negociações comerciais presenciais a serem realizadas em setembro nos EUA. Os comentários anteriores do secretário do Tesouro Steven Mnuchin sinalizavam que a próxima reunião entre os dois países não estavam tão próximos.
O porta-voz do Ministério das Finanças chinês, Gao Feng, repetiu o apelo para "criar condições" para o progresso, dizendo que as discussões devem se concentrar na remoção de novas tarifas para evitar escaladas e resolver problemas com calma.
2. Futuros dos EUA saltam com otimismo comercial
A confirmação chinesa de eventuais negociações comerciais e a insistência na diminuição do conflito pareceram suficientes para levar o futuro dos EUA a um novo salto.
As ações europeias também subiam após os comentários, enquanto a Itália liderava ganhos depois que o presidente deu a Giuseppe Conte a luz verde para construir uma nova coalizão do partido antissistema Movimento de 5 estrelas e do centro-esquerda Partido Democrata (PD). Os analistas esperam que o novo governo trabalhe de forma construtiva com a UE na resolução do conflito orçamental italiano.
As ações asiáticas fecharam um pouco abaixo com as observações do Ministério chinês sobre comércio.
3. Mnuchin considera alongar prazo das Treasuries e exclui intervenção cambial
Mnuchin disse que o governo está considerando seriamente estender seu perfil de dívida muito além do máximo atual de três décadas.
Uma fuga para a segurança reduziu os rendimentos do Tesouro dos EUA, pois os investidores se preocupam com a recente reversão da taxa dos títulos do governo de dois e dez anos, um fenômeno que historicamente precede uma recessão.
A compra pesada do título de 30 anos levou o rendimento para um nível mais baixo desde o início desta semana, em meio à maior queda mensal desde 2011.
Mnuchin também disse à Bloomberg que os EUA não estavam considerando intervir no mercado cambial para enfraquecer o dólar, apesar das recentes queixas do presidente Donald Trump sobre a força da moeda americana.
4. Crescimento econômico dos EUA em foco em meio a séries de dados
Os EUA divulgarão sua leitura revisada do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre às 9h30 da manhã, com previsões de uma revisão para baixo de 2,0%, em relação aos 2,1% iniciais.
Como os conflitos comerciais em curso está impactando negativamente no crescimento global, atingindo especialmente as cadeias produtivas internacionalizadas, é o forte consumo interno que mantém a economia dos EUA resiliente.
Os mercados também terão uma noção do impacto da mais recente tarifa da Casa Branca no lançamento de dados comerciais de julho. O déficit comercial de commodities deverá ter diminuído ligeiramente para US$ 74 bilhões.
Os pedidos semanais de seguro-desemprego também estarão em foco quando os investidores avaliarem o sólido mercado de trabalho dos EUA, enquanto os números pendentes de vendas de imóveis para julho fornecerão informações sobre o estado do mercado imobiliário em um ambiente de queda nas taxas de hipoteca.
5. Mais sinais de incerteza do Fed
Enquanto os mercados contam com um corte de 25 pontos base nas taxas de juros na próxima reunião de política do Federal Reserve em setembro, os próprios formuladores de política monetária não parecem estar tão certos.
Falando após o mercado fechar na quinta-feira, a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, sinalizou apoio a uma maior flexibilização, dizendo que acredita que os benefícios de administrar uma economia "quente" atualmente superam os custos potenciais.
Seu colega do Fed de Richmond, Thomas Barkin, mostrou menos entusiasmo, dizendo que permanece indeciso. Não convencido de que a inflação moderada é motivo suficiente para novos cortes, Barkin disse que estava se concentrando no crescimento, especialmente no exterior, e admitiu que havia alta incerteza devido às guerras comerciais.
O Fed se dividiu em julho sobre o que fazer com as taxas de juros, com vários formuladores de políticas se opondo a taxas mais baixas, enquanto alguns prefeririam reduzi-las mais agressivamente do que a redução de um quarto de ponto aprovada.”
Atenção aos indicadores macroeconômicos de hoje: PIB Brasil do 2º trimestre, com projeção Investing de -0,2% contra trimestre anterior e de +0,5% contra mesmo trimestre de 2018, demonstrando a fraqueza da economia. Também o IGP-M FGV de agosto, que vem de queda de -0,68% no decêndio anterior e projeção Investing de +0,55%. O IPP Ibge de julho que vem de queda de -1,14% e o resultado primário do governo central de julho. No exterior, todas as atenções voltadas à prévia do PIB EUA 2º trimestre com expectativa de +2,0%, o que parece ser ótimo nas atuais circunstâncias e também aos pedidos iniciais semanais de seguro desemprego.
Na geopolítica, segue a crise na Venezuela, Caxemira com Índia, Irã com EUA, e agora, Japão com Coréia do Sul, também os problemas políticos na Itália e o Brexit agora com suspensão das atividades do Parlamento através de manobra de Boris Johnson para forçar a saída “dura”. Mais uma vez, seguimos em semana realmente muito instável demandando operações cuidadosas e se possível, travadas (hedge).
· IPP – Índice de Preços ao Produtor – Indústrias Extrativas e de Transformação – Julho – Ibge (junho: -1,14% / no ano: +2,76% / 12m.: +3,75%)
· Resultado Primário do Governo Central – Julho – Secretaria do Tesouro Nacional (junho: R$ -11,5 bi / 12m.: R$ -119,7 bi -> 1,68% do PIB / meta ano: R$ -139 bi -> 1,94% do PIB)
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